Atualizado em 14/04/2025.

A lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) é, sem dúvida, uma das pragas mais agressivas da agricultura atualmente. 

Responsável por prejuízos significativos, sua presença em lavouras de milho, soja, algodão, trigo, arroz e pastagens causa danos que podem comprometer severamente a produtividade. 

Altamente adaptável, essa praga se destaca pela capacidade de desenvolver resistência a inseticidas e plantas geneticamente modificadas, tornando o manejo cada vez mais desafiador. O crescimento exponencial de suas populações, somado à facilidade de dispersão das mariposas adultas, exige um monitoramento rigoroso e estratégias de controle integradas que vão além da aplicação de defensivos agrícolas.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes a biologia, o comportamento, os danos causados e as melhores estratégias de manejo, incluindo as mais recentes inovações para o controle eficaz dessa praga.

Biologia e identificação da lagarta-do-cartucho

A Spodoptera frugiperda é uma espécie polífaga, ou seja, tem capacidade de se alimentar de diversas plantas hospedeiras, o que lhe confere uma ampla distribuição e grande potencial destrutivo. 

Seu ciclo de vida é altamente influenciado por fatores, como temperatura, umidade e disponibilidade de alimento, podendo ser completado de 30 a 40 dias sob condições ideais.

O desenvolvimento da lagarta passa por quatro estágios principais, sendo que o mais prejudicial à agricultura é a fase larval. 

  1. Ovos (2 a 5 dias)
  • Depositados em massas sobre as folhas, cobertos por escamas do abdômen da fêmea.
  • Uma única fêmea pode colocar até 1.500 ovos ao longo da vida.

A fêmea adulta deposita ovos em massas sobre as folhas, cobrindo-os com escamas de seu abdômen para protegê-los de predadores naturais. Esses ovos eclodem entre 2 e 5 dias, dando origem às lagartas jovens, que rapidamente iniciam o ataque às plantas.

Massa de ovos de Spodoptera frugiperda em folha de milho. Foto: Syngenta.
  1. Larvas (14 a 22 dias)
  • São as responsáveis pelos danos às plantas.
  • Apresentam coloração variando de verde a marrom-escuro.
  • Possuem quatro pontos pretos formando um quadrado na extremidade abdominal, facilitando a identificação.

A fase larval dura em média de 14 a 22 dias, dependendo das condições ambientais. À medida que crescem, as lagartas apresentam mudanças de coloração, variando do verde-claro ao marrom-escuro, sendo possível identificá-las por um padrão característico de quatro pontos escuros na extremidade abdominal, formando um quadrado. Esse é um detalhe importante para diferenciá-las de outras lagartas encontradas na lavoura.

  1. Pupas (7 a 10 dias)
  • Formam-se no solo, onde a larva entra no estágio de dormência antes da fase adulta.

Quando atingem o último ínstar, as lagartas enterram-se no solo para a fase de pupa, que dura aproximadamente de 7 a 10 dias

Pupas de Spodoptera frugiperda sobre o solo. Foto: Syngenta.
  1. Adultos (10 a 15 dias)
  • Mariposas de coloração acinzentada a marrom, altamente móveis e ativas à noite.
  • Capazes de voar grandes distâncias, dispersando a praga rapidamente.

Após o período de pupa, emergem como mariposas adultas, que têm uma vida média de 10 a 15 dias, período em que podem voar por mais de 100 km em uma única noite, permitindo infestações rápidas e severas em diferentes áreas agrícolas.

Mariposa de Spodoptera frugiperda (fase adulta da lagarta). Foto: Syngenta

Esse comportamento migratório e a alta taxa de reprodução são fatores críticos que aumentam o desafio de controlar a lagarta-do-cartucho. Mesmo que determinada área receba um controle eficiente, novas populações podem surgir rapidamente vindas de regiões vizinhas.

Comportamento e estratégias de sobrevivência da lagarta-do-cartucho

O comportamento da Spodoptera frugiperda no campo é um dos fatores que a tornam uma praga tão difícil de manejar. 

Ao contrário de muitas outras lagartas, que são mais ativas durante o dia, a lagarta-do-cartucho se alimenta preferencialmente à noite, o que dificulta o controle químico, especialmente com inseticidas de contato.

Além disso, a lagarta-do-cartucho tem uma preferência marcante pelo cartucho do milho, onde se abriga para evitar a predação e a ação de defensivos aplicados na superfície da planta. Esse comportamento exige estratégias de manejo mais eficazes, como o uso de tratamento de sementes e inseticidas com ação sistêmica.

As pesquisas mais recentes também indicam que a Spodoptera frugiperda está evoluindo rapidamente para tolerar plantas Bt (geneticamente modificadas para expressar proteínas inseticidas). Isso reforça a necessidade de diversificação das estratégias de manejo, evitando o uso contínuo de uma única tecnologia para não acelerar a resistência da praga.

Também é importante reforçar que a mariposa pode voar mais de 100 km em uma única noite, permitindo infestações massivas em diferentes áreas agrícolas – e em temperaturas acima de 28 °C, o ciclo de vida da lagarta-do-cartucho acelera, favorecendo múltiplas gerações durante a safra.

Danos causados pela lagarta-do-cartucho

A severidade dos danos depende do nível populacional e do estádio de desenvolvimento da cultura atacada. 

No milho

No milho, por exemplo, as larvas mais jovens inicialmente raspam as folhas, causando um aspecto de “janela” nas plantas. Conforme crescem, passam a perfurar o cartucho, alimentando-se intensamente do tecido foliar e comprometendo o crescimento da planta.

Em infestações severas, podem atingir as espigas, abrindo caminho para a entrada de fungos e micotoxinas, prejudicando a qualidade dos grãos e aumentando os riscos de perdas na colheita.

Na soja

Na soja, a “lagarta-do-cartucho”, que é conhecida como lagarta-militar, pode atacar as plantas desde o início do desenvolvimento e, em estágios mais avançados, perfurar as vagens, reduzindo a produtividade e a qualidade dos grãos.

No algodão

O mesmo ocorre no algodão, cultura em que a lagarta-militar danifica principalmente os botões florais e as maçãs, afetando a formação da fibra.

Estudos apontam que os danos causados pela Spodoptera frugiperda podem levar a reduções de 20% a 60% na produtividade, dependendo da intensidade da infestação e das práticas de manejo adotadas.

Manejo Integrado: estratégias para um controle eficiente da lagarta-do-cartucho

Diante da complexidade de controle da lagarta-do-cartucho, a abordagem mais eficaz é a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP), combinando diferentes estratégias para minimizar os danos.

1. Controle cultural

Práticas, como rotação de culturas, plantio na época ideal e eliminação de plantas hospedeiras como as daninhas, ajudam a reduzir a sobrevivência e a reprodução da praga, quebrando seu ciclo biológico.

2. Controle biológico

O uso de inimigos naturais, como as vespas parasitoides Trichogramma e o vírus Baculovirus spodoptera, tem mostrado bons resultados. Além disso, fungos entomopatogênicos, como Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, podem ser aliados importantes no controle.

3. Controle genético

O plantio de variedades Bt ainda é uma ferramenta eficaz, mas deve ser manejado corretamente, respeitando a recomendação de áreas de refúgio para retardar a evolução da resistência da praga.

4. Controle químico

O uso de inseticidas deve ser estratégico, priorizando a aplicação quando as lagartas são jovens e mais vulneráveis. É importante começar o controle desde cedo, já no tratamento de sementes, e planejar as aplicações alternando diferentes modos de ação, para evitar resistência e proporcionar uma proteção robusta para a lavoura.

FORTENZA®: proteção contra a lagarta-do-cartucho (ou lagarta-militar) desde o início 

O controle eficaz da lagarta-do-cartucho no milho ou lagarta-militar na soja (Spodoptera frugiperda) começa antes mesmo da emergência das plantas. Para isso, o tratamento de sementes com FORTENZA® é uma solução inovadora e altamente eficaz, que proporciona um estande firme e forte, protegido contra os danos iniciais dessa praga. 

Com sua ação preventiva, FORTENZA® reduz as populações da lagarta logo nos estágios iniciais da cultura, minimizando perdas e permitindo um desenvolvimento mais saudável das plantas.

O grande diferencial de FORTENZA® está na combinação de ação sistêmica, de contato e ingestão, proporcionando proteção prolongada desde a germinação

Sua formulação contém ciantraniliprole, uma diamida antranílica de última geração, que se destaca pela alta seletividade e o longo período de controle, protegendo as sementes contra pragas iniciais sem comprometer organismos benéficos da lavoura.

Por que utilizar um inseticida para lagarta-do-cartucho (ou lagarta-militar) no tratamento de sementes? 

As pragas estão entrando cada vez mais cedo nas lavouras devido às mudanças climáticas. Ao complementar o plano de pulverizações com um tratamento de sementes como FORTENZA®, é possível agir diretamente na fase inicial da cultura, protegendo as plântulas desde o momento da germinação. 

Isso confere uma ação prolongada, reduzindo falhas no controle e evitando reinfestações precoces, um dos maiores desafios no manejo da Spodoptera frugiperda.

As larvas que entram em contato com a planta tratada com FORTENZA® sofrem efeito residual prolongado, reduzindo significativamente a infestação inicial. Por ter efeito sistêmico, o ingrediente ativo é absorvido pela plântula, garantindo proteção mesmo em novas folhas em crescimento.

Além da lagarta-do-cartucho, FORTENZA® também auxilia no controle de lagarta-rosca, elasmo e outras pragas subterrâneas que podem comprometer o estande inicial. Ao proteger a cultura nos primeiros estágios, FORTENZA® promove um crescimento uniforme, permitindo que as plantas expressem seu máximo potencial produtivo.

A lagarta-do-cartucho ou lagarta-militar representa um dos maiores desafios para os produtores agrícolas e seu controle eficaz depende de estratégias bem planejadas. 

Com FORTENZA®, o agricultor conta com uma tecnologia inovadora que age desde o início da lavoura, protegendo as plantas nos estágios mais vulneráveis e permitindo um estabelecimento vigoroso da cultura.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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